Vivíamos
felizes e libertos, apesar de nossas limitações em nosso continente chamado
África. Veio o homem branco com seu instinto cruel se achando o máximo tirou de
nós a liberdade. Desfez nossas famílias que era o bem mais precioso que
tínhamos e nos levaram para vários países entre eles o Brasil.
Fomos
escravizados, nos mantiveram presos em prisões chamadas senzalas e o pior é que
éramos acorrentados. Durante muitos anos fomos tratados como animais cargueiros
e instrumentos de trabalho, sempre submetido a todo tipo de humilhações.
Éramos
açoitados e obrigados a trabalhar somente por uma péssima comida, caso
contrário éramos massacrados por castigos cruéis, que muitas das vezes nos
levavam à morte.
Durante
muitos anos fomos obrigados a deixar de lado nossos sentimentos e nossas
culturas para enriquecer os nossos senhores.
Fomos
obrigados a adorar suas imagens e a aprender suas doutrinas, mas ao mesmo tempo
sabíamos que era preciso lutar ou mesmo morrer para não deixar se acabar nossas
crenças, nossos conhecimentos. E para fazer isso, foi preciso reinventar outra
forma de praticar nossa cultura sem que o povo branco desconfiasse.
Os
tempos passaram, em 1850 veio a Lei Eusébio de Queiroz que proibia o tráfico de
negros para outros países. Essa lei foi o marco inicial para nossa liberdade.
Depois
de muitos anos de sofrimento e angustia foi assinada a Lei do Ventre Livre, que
libertavam nossos filhos que ainda estavam nos ventres de suas mães. Essa lei
foi assinada no dia 28/09/1871.
Nossa
saga continuava até que em 28/09/1885 foi assinada a Lei Sexagenária, talvez
tenha sido a pior das vergonhas assinada até hoje, pois muitos de nossos velhos
morreram de doenças e de fome, pois não aguentavam mais trabalhar já que
estavam enfraquecidos com os trabalhos forçados ao longo da vida. Muitos
preferiam ficar trabalhando para não morrer de fome.
Até
que em 13/05/1888, foi assinada a Lei Áurea que libertou nosso povo dessa
maldita escravidão.
Até
hoje nossos descendentes sofrem com as consequências causadas por esse crime
hediondo que o homem cometeu.
Por:
Armando Ferreira da
Ponte
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