quinta-feira, 20 de novembro de 2014

DIÁRIO DE UM ESCRAVO

Vivíamos felizes e libertos, apesar de nossas limitações em nosso continente chamado África. Veio o homem branco com seu instinto cruel se achando o máximo tirou de nós a liberdade. Desfez nossas famílias que era o bem mais precioso que tínhamos e nos levaram para vários países entre eles o Brasil.
Fomos escravizados, nos mantiveram presos em prisões chamadas senzalas e o pior é que éramos acorrentados. Durante muitos anos fomos tratados como animais cargueiros e instrumentos de trabalho, sempre submetido a todo tipo de humilhações.  
Éramos açoitados e obrigados a trabalhar somente por uma péssima comida, caso contrário éramos massacrados por castigos cruéis, que muitas das vezes nos levavam à morte.
Durante muitos anos fomos obrigados a deixar de lado nossos sentimentos e nossas culturas para enriquecer os nossos senhores.
Fomos obrigados a adorar suas imagens e a aprender suas doutrinas, mas ao mesmo tempo sabíamos que era preciso lutar ou mesmo morrer para não deixar se acabar nossas crenças, nossos conhecimentos. E para fazer isso, foi preciso reinventar outra forma de praticar nossa cultura sem que o povo branco desconfiasse.
Os tempos passaram, em 1850 veio a Lei Eusébio de Queiroz que proibia o tráfico de negros para outros países. Essa lei foi o marco inicial para nossa liberdade.
Depois de muitos anos de sofrimento e angustia foi assinada a Lei do Ventre Livre, que libertavam nossos filhos que ainda estavam nos ventres de suas mães. Essa lei foi assinada no dia 28/09/1871.
Nossa saga continuava até que em 28/09/1885 foi assinada a Lei Sexagenária, talvez tenha sido a pior das vergonhas assinada até hoje, pois muitos de nossos velhos morreram de doenças e de fome, pois não aguentavam mais trabalhar já que estavam enfraquecidos com os trabalhos forçados ao longo da vida. Muitos preferiam ficar trabalhando para não morrer de fome.
Até que em 13/05/1888, foi assinada a Lei Áurea que libertou nosso povo dessa maldita escravidão.
Até hoje nossos descendentes sofrem com as consequências causadas por esse crime hediondo que o homem cometeu.

Por:
Armando Ferreira da Ponte

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